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segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

CENSURAR = FILTRAR = CENSURAR = FILTRAR


Em tempos remotos, a censura imperou no Brasil e os meios de comunicação até hoje ainda publicam matérias sobre o que acontecia nos “anos de chumbo” como costumam denominar o período dos governos militares.
Wladimir Herzog, jornalista, tornou-se um mártir e um símbolo de luta contra a censura a Imprensa com sua morte violenta quando preso numa repartição pública do setor de repressão policial da época em São Paulo.
Toda espécie de censura é e sempre será inaceitável!

...”Assim, sugiro ao jornal filtrar, para evitar de confundir o leitor, geralmente bem informado pelo Jornal d'aqui”.
(fonte edição número 470 – Jornal d’aqui –Granja Viana- Cotia-SP 21/12/2007)

A frase acima é trecho de uma carta enviada por um leitor de um Jornal regional de Cotia, (Região da Granja Viana), referindo-se a publicação em outra edição de outra carta de outro leitor, que por sua vez, se referia a um bairro do Município de Carapicuíba utilizando incorretamente para rotular tal bairro o termo “condomínio”.
Porém, o que vejo de grave neste trecho que faz parte da carta, apesar de em parte correta quanto a questão condomínio/não condomínio, é o que está debaixo ou atrás da palavra filtrar.
A palavra filtrar na transcrição acima deixa o seu uso mais corriqueiro que é no sentido de “limpeza”, “purificação” e “anti-poluição” para, num instante poluído de infelicidade passar por significado de – CENSURAR, TOLHER A AMPLA LIBERDADE DE EXPRESSÃO. Significa – “ACEITO LIBERDADE DOS OUTROS, MAS LIMITADA PELOS MEUS INTERESSES”. Significa- “SOU TOTALITÁRIO!” (no sentido controlador e ditatorial do termo).
No contexto da frase acima, a palavra filtrar é seguida pela colocação para evitar de confundir o leitor” que vejo como uma desculpa como se o autor da referida carta tentasse esconder a real intenção de censura, tanto pela não utilização da palavra censura quanto pela dissimulação da “boa intenção” para com a interpretação do leitor, (sem tocar no erro do emprego desnecessário da preposição “de”). Ou seja, o autor da carta emitiu uma mensagem para o redator do Jornal e uma outra mensagem, esta, dissimulatória e ao mesmo tempo, indiretamente repreensiva e repressiva, para o leitor menos avisado.
Um país e sua Imprensa, os quais se dizem democráticos, não podem conceber fazer censura a manifestação legítima de leitores expressando opinião própria, mesmo que esta opinião não seja a mesma da Redação ou da Diretoria do meio de comunicação ou até mesmo da maioria dos seus leitores, qualquer que seja este ou aquela opinião.
Um jornal que quer fazer história, que queira deixar sua marca ou permanecer por muito tempo ainda no conceito e aceitação dos leitores, não pode aceitar imposição de censura em seu Conselho Editorial.
Muitas vezes, estes pequenos jornais regionais são dirigidos por jornalistas oriundos da antiga esquerda brasileira, aquela que acreditava no Marxismo, idolatrava Che Guevara e a Revolução Cubana e que até pouco tempo atrás, aceitava o totalitarismo típico da extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas como um regime e sistema de governo aprovável. Agora, expostos ao conflito da democracia x suas antigas ideologias, são obrigados a tenderem para o lado político mais forte, o da democracia, e sentem-se muito mal quando alguma coisa traz à memória deles os tempos de repressão que sofreram, numa espécie de tortura do passado ressurgido no futuro.
A classe média brasileira não é um monumento contra a hipocrisia e age bastante demais com meios que são justificados pelos fins e pelas circunstâncias.
Atos de violência continuam sendo praticados mesmo após a evolução do cenário político brasileiro, como exemplo o que a classe média de um bairro fez com duas faixas de manifestação livre, legítima e democrática do Movimento RenoirLutero Livre em Novembro deste ano.

Quando interessa manter principalmente algum “status” conseguido a duras penas, como é próprio acontecer neste grupo social, ou algum interesse digamos, “político”, não mede esforços e deixa transparecer a própria alma, por vezes horrível e violenta.
Grupos étnicos constituintes desta faixa sócio-econômica até historicamente já foram assolados por preconceitos e exclusão, censuras de todo tipo, discriminação de raça e de idéias, mas nem por isto se lembram da própria história para aplicar princípios de igualdade para com outrem. Vale mais para eles a manutenção dos seus interesses pessoais ou do grupo atual e menos vale a preservação das liberdades democráticas, idem duramente conseguidas pelo povo brasileiro.
E mais, significa para a Imprensa que aceitar tal “sugestão”, um risco e uma ameaça à qualidade de seu conteúdo de informação e uma provável descrença de muitos em seu padrão de jornalismo.
A CAUSA BASE DA QUEIMA DAS FAIXAS DO MOVIMENTO É A MESMA CAUSA BASE DA FRASE DO AUTOR DA CARTA AO JORNAL D'AQUI?

É REPRESSÃO À LIBERDADE E AO DIREITO DE MANIFESTAÇÃO? (com gradações de violência).

Site interessante sobre o assunto: http://www.direitoacomunicacao.org.br/

(primeira foto - no início do texto - fonte- site do Observatório do Direito à Comunicação)
Dr. Ricardo Augusto Salgueiro
Médico
p/Movimento RenoirLutero Livre
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