Basta observar um pouco.
De repente, aparece um quadriciclo ou mesmo um veículo licenciado, um veículo motorizado semelhante, conduzido por um ou uma adolescente em ruas onde circulam outros veículos licenciados conduzidos por pessoas habilitadas.
Parece uma brincadeira, mas não é; na verdade é um abuso.
A visão distorcida da realidade advinda com a privatização de áreas públicas, a falta de limites éticos e sociais, leva os responsáveis legais a "julgarem" estar acima da legislação nacional; uma afirmação de "poder", de egos em conjunto.
E, questionados mesmo judicialmente, posam de vítimas, alegam uma "violência", alegam que teriam que expor suas crianças a praças externas as estas áreas privatizadas, ditas públicas por eles, sob o risco de assaltos. Alegam violência contra o direito de suas crianças brincarem "livremente".
“Escolhi viver em um condomínio pela liberdade e segurança que ele me oferece, mas não posso usufruir disso.”
Ao mesmo tempo, se esquecem que a privatização do lugar que ocupam, um bairro que deveria estar verdadeiramente livre ou um loteamento concedido por benesse política, privou muito mais gente de direitos básicos, incluindo o de se divertirem, crianças e adultos.
Mais se preocupam com o próprio umbigo, alegando que perdem a própria "comodidade".
“Estão cerceando a nossa liberdade. Sou obrigada a colocar meus filhos na rua ou numa praça, com o risco de sermos assaltados. Perdemos nossa comodidade”.
Leia o texto abaixo transcrito de uma matéria jornalística referente a questão em Ribeirão Preto- SP.
MRLL
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Justiça proíbe crianças de dirigirem brinquedos em condomínio
Apenas maiores
podem conduzir veículos nas vias do residencial, diz juiz.
Família tem 3 minimotos e tenta recorrer da decisão em Ribeirão Preto (SP).
Família tem 3 minimotos e tenta recorrer da decisão em Ribeirão Preto (SP).
Uma família de Ribeirão Preto(SP) tenta reverter na
Justiça uma decisão favorável a um condomínio que proíbe crianças e
adolescentes de brincarem com veículos motorizados, elétricos e à combustão
dentro do residencial de luxo onde moram.
Na sentença, o juiz Héber Mendes
Batista alega que as ruas da área são consideradas vias comuns, portanto,
somente maiores de 18 anos devidamente habilitados podem dirigir nesses locais.
Para a dona de casa Ana Luiza Saud,
mãe de João Victor, de 4 anos, e João Pedro, de 9, a determinação é incoerente.
“Como uma criança vai tirar carteira de motorista para usar um brinquedo de
plástico?”, questiona. “Escolhi viver em um condomínio pela liberdade e
segurança que ele me oferece, mas não posso usufruir disso.”
Ana contou que os filhos possuem um
carro e três motos infantis movidos à bateria 12 Volts, mas, desde a decisão,
os miniveículos estão encostados na garagem da casa. "Os brinquedos são
inofensivos, sequer chegam a 10 km/h, não são como carros de verdade", afirmou.
O marido chegou a imprimir
documentos semelhantes à Carteira Nacional de Habilitação (CNH), mas sem valor
legal, para os filhos brincarem, mas as "habilitações" também foram
"suspensas" por um segurança do condomínio. "Eles mostraram para
o vigia e ele hostilizou os meninos. Riu na cara deles e disse que estávamos de
brincadeira com a decisão judicial", relatou Ana.
Sentença
A família já teve uma liminar suspensa e o pedido de anulação da sentença negado em primeira instância no dia 1º de outubro. Ana Luiza disse também que tentou negociar com a administração do condomínio um espaço e horário para que as crianças pudessem utilizar os brinquedos, mas não obteve sucesso.
A família já teve uma liminar suspensa e o pedido de anulação da sentença negado em primeira instância no dia 1º de outubro. Ana Luiza disse também que tentou negociar com a administração do condomínio um espaço e horário para que as crianças pudessem utilizar os brinquedos, mas não obteve sucesso.
“Estão cerceando a nossa liberdade.
Sou obrigada a colocar meus filhos na rua ou numa praça, com o risco de sermos
assaltados. Perdemos nossa comodidade”, disse. A família entrou com recurso em
segunda instância no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).
Outro lado
O advogado do condomínio, Walter Baeta Garcia Leal, afirmou que a proibição de menores dirigirem qualquer tipo de veículo está determinada na convenção do Condomínio Paineiras e tem como objetivo preservar a segurança dos moradores.
O advogado do condomínio, Walter Baeta Garcia Leal, afirmou que a proibição de menores dirigirem qualquer tipo de veículo está determinada na convenção do Condomínio Paineiras e tem como objetivo preservar a segurança dos moradores.
“As crianças não têm a concentração
necessária. Nas vias internas circulam carros, motos, caminhões. Um pequeno
descuido pode causar um acidente gravíssimo”, afirmou Leal. “Queremos preservar
a segurança de todos e vamos continuar buscando o cumprimento das normas
internas.”
(Adriano Oliveira - G1 Ribeirão e Franca)
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