renoirluterolivre@ig.com.br

sábado, 18 de agosto de 2012

O DESCASO PRIVATIZANTE


O descaso para com o que é público no Brasil é evidente.

Praças, leitos carroçáveis de vias públicas, calçadas ou passeios públicos, pontes e viadutos, estradas, ruas e avenidas em seus canteiros, placas... tudo é deixado sem manutenção, deteriorando.


Mesmo quando precariamente mantidos pelo poder público, estes bens tem destinação de materiais e técnicas de péssima qualidade, durando pouco e custando muito, superfaturadas.

Muitas vezes, o poder público concede a particulares a feitura e manutenção destas áreas e bens públicos em troca de fornecimento de materiais e mão de obra.

Esta prática, que a primeira olhada parece benéfica para a coletividade, esconde vícios absurdos, em conjunto ou isolados, tais quais: privilégios, privatização de coisa pública, erros de direito, abusos de publicidade...

Municípios que, por exemplo, têm legislação específica quanto a saneamento publicitário nas vias públicas, tem esquecidas estas leis em detrimento de tal prática privatizante.


Alegam falsas “parcerias público privadas”, numa distorção conveniente da previsão legal federal de verdadeiras PPPs, (Parcerias Público Privadas). 

Deveriam submeter à conduta a Lei Federal, mas fazem uma gambiarra administrativa, ilusória e favorável a interesses de minorias.  

De onde viriam estas atitudes?

A mesma origem política de privatizações, praga que assola de algum tempo o Brasil, gerou e gera a concessão de bens públicos a particulares, a particularização da coisa pública, que pouco beneficia a população.

Ao invés da população, a comunidade, a Municipalidade, o País... os beneficiados são grupos minoritários ligados a quem “está poder”.


Nos falsos condomínios, as placas do privatizado, do particular, ganham enfeites, materiais nobres, brilho e realce, ao contrário do que é público.

Na falta de educação eficaz, normas éticas de convivência pública, de respeito ao coletivo, ao bem comum e aberto, não são fornecidas aos estudantes desde as tenras séries do Ensino Fundamental.

A falta de educação e respeito ao público é preferida ao ter, ao particularizar, ao “levar vantagem”, apelidado de “gersismo”.

Estas duas origens, dentre outras, de raízes colonialistas brasileiras, são as mesmas que geram os falsos condomínios.

Nos falsos condomínios o princípio é o mesmo: excluir.

Excluir o povo, em geral os pobres, das áreas públicas. 

Excluir o Estado, reduzindo-o, para permitir o assestamento do controle particular de minorias em geral de classe média, 

Excluir verbas, pseudo economizadas em relação à Lei de Responsabilidade Fiscal, que obriga os governos.

As verbas em sobra poderiam ser usadas para finalidades políticas, mantendo assim o ciclo esquemático das privatizações e favorecimentos.

Quebrar este ciclo, presente na atual política de muitos Municípios, é uma das soluções possíveis.

E, ainda lembramos que as placas de nomeação de vias e praças públicas são de utilidade coletiva ampla para outros serviços de inclusão cidadã.


MRLL
      
   

Nenhum comentário: