Já está claro que as classes abastadas querem os “filés” urbanos para
a localização de suas propriedades e que pouco se importam com o destino e com os direitos dos menos favorecidos.
Estes “filés” urbanos são os terrenos melhor localizados, seja por
distância até outras áreas mais valorizadas dos centros urbanos, seja por
condições topográficas dos terrenos, etc...
Favelas ou, “comunidades”, termo recente e tido como o “politicamente
correto” para descrever as condições destes aglomerados de moradias precárias, que eventualmente estão em áreas disputadas pelos olhos gordos do mercado
imobiliário, acrescidos com o boom
econômico brasileiro, pela demanda por negócios imobiliários novos, a qual também cresceu.
São Paulo carece de terrenos para a implantação e construção
de novos empreendimentos, prédios em geral, para atendimento a demanda das
classes abastadas.
Os terrenos não ocupados por favelas são mais caros e reduziriam assim o lucro nos empreendimentos.
Os governos, detentores das políticas excludentes e sempre tão
“politicamente corretos”, ainda mais em épocas eleitoreiras, relutam em agir
com violência policial para a a interessante desocupação destas áreas e ainda depois terem que dar
uma solução razoável para a destinação das pessoas excluídas.
Nos últimos meses, a incidência de incêndios em “comunidades”
aumentou muito em toda a Capital, daí, muitos colocarem a dúvida quanto a possível
origem criminosa destes sinistros.
Cabe a Polícia investigar, cabe ao Ministério Público idem
apurar por completo cada incêndio.
O que salta aos olhos nesta hipótese de crime é o suposto
interesse da especulação imobiliária em dar uma forcinha para a exclusão dos
moradores de “comunidades”, assim facilitando a desocupação “limpa” destas
áreas.
Assim, seriam beneficiados e idem os governos das políticas
higienizantes, que teriam uma justificativa “limpa”, pelo fogo.
Justificativas pseudo-limpas volta e meia aparecem nos atos
políticos destes governos.
As Leis dos Bolsões criadas e copiadas em muitos Municípios
brasileiros, a base violenta e pseudo-jurídica para dar valida aos falsos
condomínios, surgiram dos mesmos interesses das classes abastadas pelos “filés”
imobiliários, antes Bairros abertos e livres, e dos mesmos interesses da
especulação imobiliária para negócios nestes locais.
Depois vieram e vêm outros interesses políticos e comerciais,
de prestadores de serviços até políticos que estão governo e querem justificar
verbas e conseguir votos, fatores estes que somente somam para a manutenção da
exclusão social.
Se confirmada a hipótese criminosa destes incêndios em
favelas ou comunidades pobres, veremos mais uma vez a cara do Brasil mantendo os requintes do pior do
colonialismo velado e da violência social.
MRLL
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